1º dia de 3 de tratamento
Dormi pouco para começar. Acordei parecia q tinha uma mola. A inscrição, consulta e inicio são rápidos, mas tanto papel q temos de preencher. Irra papagaio.
Mal entramos para a salinha das cadeiras azuis, ficamos meio desconfiados, estão dois seres, damos os bons dias com aquele ar de cumplices, com eles a olhar para mim, como quem diz "hehe mais uma donzela para nos fazer companhia", lá me mandam sentar, educadinha que sou sento-me, a olhar para tudo e todos, para a maravilhosa tv pendurada a dar a nossa amiga programação da RTP 1 (aproveito para agradecer, e dar um bem haja).
Lá chega a queridíssima enfermeira, e começa a fazer os preparativos, eu vou avisando que nunca fiz tratamento nenhum em hospitais, muito menos perfusões endovenosas. Percebeu a minha ansiedade, e começámos a conversa sobre a EM, os sintomas, quando começou, o que vou sentir, o que vai acontecer, enfim as explicações que nos tiram as 1ªs dúvidas. Depois de tudo pronto, é hora de aguentar.
Hora da diversão, pois os meus companheiros de cadeiras azuis, começam felizmente no corta-gelo, e lá começamos a partilhar, sempre com esta amiga a fazer perguntas, e fez isto? e como aconteceu aquilo? e fez quanto tempo? e quando diagnosticaram? enfim, curiosa como uma gata.
Novidade.... temos direito a lanchinho, que caramba, sou mesmo parva até fico agradecida pelo lanchinho( de facto já tinha o amargo na boca e estava a precisar) que caiu do céu.
A páginas tantas os meus partners de cadeira azul vão-se embora, a gente não dá conta do raio do tempo. Eles tinham chegado mais cedo, cada um com tratamento diferente, mas acabado o tratamento, lá seguem para as suas vidas.
Fico eu comigo própria, ponho os phones nas orelhas com a minha amiga Rádio Comercial, será a minha companheira de tratamento e de viagem, das manhãs. Lá se come uma maçã para enganar o amargo(é escusado ele não me larga).
Estranho o corropio de enfermeiras e auxiliares , deve haver crise mas eu não saio da minha adorada cadeira azul. Lá aparece um sujeito que suspeito ser um Voluntário do Hospital, pois vê-me sózinha e vem acompanhar-me, mas eu tinha a companhia de meu PAI, ao meu lado. Gostei deste gesto que me parece carinhoso, do meu PAI por ser o AMOR de PAI, e do VOLUNTÁRIO pois é de um carinho fantástico. Fico comovida. Comove-me também ver dois doentes (Croatas, Eslovenos ou Russos) um agarrado a uma "bailarina "(aquelas maravilhas onde se penduram frascos de soro e medicamentos), e agarrado a outro pela mão, lá vinham e iam a passear no corredor para fazer ginástica e para esperar pelo almoço. Olharam ambos para os meus olhos, sorri-lhes com afecto, foi uma troca, que jamais esquecerei.
Finalmente acabou a "Dose" por hoje, a Enfermeira que era outra, retira-me aquela parafrenália toda, deixando o cateter, pois não quero que me piquem todos os dias. Queridíssima, tira-me mais umas dúvidas, lá aparece a primeira Enfermeira que me pergunta se estou bem, e poe mais um penso para proteger.
Aprendi duas lições, a primeira que vou ter de aprender a viver o momento, a segunda que devemos aproveitar esta vida, vivê-la , mas vivê-la partilhando os afectos, não estamos sozinhos neste desafio.
Como o Grande Actor Raúl Solnado dizia "temos de fazer um favor a nós próprios:é sermos felizes".
E pronto amanhã há mais.
Entretanto, beijinhos e passarinhos
Mal entramos para a salinha das cadeiras azuis, ficamos meio desconfiados, estão dois seres, damos os bons dias com aquele ar de cumplices, com eles a olhar para mim, como quem diz "hehe mais uma donzela para nos fazer companhia", lá me mandam sentar, educadinha que sou sento-me, a olhar para tudo e todos, para a maravilhosa tv pendurada a dar a nossa amiga programação da RTP 1 (aproveito para agradecer, e dar um bem haja).
Lá chega a queridíssima enfermeira, e começa a fazer os preparativos, eu vou avisando que nunca fiz tratamento nenhum em hospitais, muito menos perfusões endovenosas. Percebeu a minha ansiedade, e começámos a conversa sobre a EM, os sintomas, quando começou, o que vou sentir, o que vai acontecer, enfim as explicações que nos tiram as 1ªs dúvidas. Depois de tudo pronto, é hora de aguentar.
Hora da diversão, pois os meus companheiros de cadeiras azuis, começam felizmente no corta-gelo, e lá começamos a partilhar, sempre com esta amiga a fazer perguntas, e fez isto? e como aconteceu aquilo? e fez quanto tempo? e quando diagnosticaram? enfim, curiosa como uma gata.
Novidade.... temos direito a lanchinho, que caramba, sou mesmo parva até fico agradecida pelo lanchinho( de facto já tinha o amargo na boca e estava a precisar) que caiu do céu.
A páginas tantas os meus partners de cadeira azul vão-se embora, a gente não dá conta do raio do tempo. Eles tinham chegado mais cedo, cada um com tratamento diferente, mas acabado o tratamento, lá seguem para as suas vidas.
Fico eu comigo própria, ponho os phones nas orelhas com a minha amiga Rádio Comercial, será a minha companheira de tratamento e de viagem, das manhãs. Lá se come uma maçã para enganar o amargo(é escusado ele não me larga).
Estranho o corropio de enfermeiras e auxiliares , deve haver crise mas eu não saio da minha adorada cadeira azul. Lá aparece um sujeito que suspeito ser um Voluntário do Hospital, pois vê-me sózinha e vem acompanhar-me, mas eu tinha a companhia de meu PAI, ao meu lado. Gostei deste gesto que me parece carinhoso, do meu PAI por ser o AMOR de PAI, e do VOLUNTÁRIO pois é de um carinho fantástico. Fico comovida. Comove-me também ver dois doentes (Croatas, Eslovenos ou Russos) um agarrado a uma "bailarina "(aquelas maravilhas onde se penduram frascos de soro e medicamentos), e agarrado a outro pela mão, lá vinham e iam a passear no corredor para fazer ginástica e para esperar pelo almoço. Olharam ambos para os meus olhos, sorri-lhes com afecto, foi uma troca, que jamais esquecerei.
Finalmente acabou a "Dose" por hoje, a Enfermeira que era outra, retira-me aquela parafrenália toda, deixando o cateter, pois não quero que me piquem todos os dias. Queridíssima, tira-me mais umas dúvidas, lá aparece a primeira Enfermeira que me pergunta se estou bem, e poe mais um penso para proteger.
Aprendi duas lições, a primeira que vou ter de aprender a viver o momento, a segunda que devemos aproveitar esta vida, vivê-la , mas vivê-la partilhando os afectos, não estamos sozinhos neste desafio.
Como o Grande Actor Raúl Solnado dizia "temos de fazer um favor a nós próprios:é sermos felizes".
E pronto amanhã há mais.
Entretanto, beijinhos e passarinhos
Comentários
És mesmo tu!!! Forte, curiosa, e com muita força.
Conheço-te há pouco tempo, mas sei que és assim, amiga do teu amigo, e de todos os outros.
Desejo-te a maior força do mundo. Pergunta, questiona, tudo e todos, nunca é demais...
Já sabes, sempre que quiseres, estou aqui.
Beijinhos e Passarinhos!!!
(Susana Ribeiro)